PARECER FINAL ENTRE "Reclamante" (BRANCAS) X ROGER MINKS (PRETAS)
Vimos por meio deste informar o ocorrido no Campeonato Pelotense de Xadrez Rápido 2011, realizado na feira do livro no dia 30 de outubro do corrente ano. Partida entre "Reclamante" (brancas) e Roger Minks (pretas). Segue abaixo o parecer do AN Lucas Ramos.
Do Pedido (e da inicial):
Venho, através desta mensagem, aos órgãos de primazia do Xadrez Brasileiro comentar minha indignação, após acontecimento (e julgamento amplamente equivocado) em torneio realizado na cidade de Pelotas no dia 30/10/2011, na Feira do Livro às 14 horas que me prejudicou expressamente na primeira rodada do torneio.
Trata-se do momento final da partida, onde o adversário Roger Minks, já sem tempo e sem alternativas de cambalear pelo tabuleiro ao invés de parar os dois relógios, apertou apenas o seu relógio, já zerado, sem fazer jogada alguma e chamou o árbitro enquanto, neste meio tempo o meu relógio se esgotava. Feito isto, “o árbitro” ao se deslocar alguns metros até a mesa veio julgar (como bem quis) que o jogo estaria empatado, já então que encontrara os relógios zerados. Eu inicialmente fiquei surpreso (para minimizar minha reação), porque estava imaginando que o adversário teria se dado por vencido e não reclamado como se tivesse algum direito, no entanto veio se utilizar deste argumento incabível não só para o xadrez, mas como um gesto torpe e atitude antiética.
Minha surpresa até porque em 6 ou 7 oportunidades de participar de campeonatos desde 1999 jamais pude ver antes uma atitude tão pífia, deste modo, gostaria de deixar registrada minha indignação a esta ação ardilosa, sem qualquer hombridade.
Indignado e perplexo também pelo julgamento e atitude claramente parcial dentro deste torneio de xadrez, que favoreceu claramente o jogador que perdeu a partida e tirou o mérito de quem naquele momento estava visivelmente no controle e com a vitória nas mãos, como posso demonstrar no gráfico acrescentado no final do documento.
Torço que em um futuro próximo, possa existir um controle maior, uma fiscalização mais rigorosa sobre estes clubes ou organizações menores, onde não existe um acompanhamento por árbitros superiores, com um mínimo preparo para situações como esta. Que venham a ser indicados pelos órgãos supremos e não por quem está promovendo o torneio, onde este árbitro apenas está sentando e sequer vistoriando as partidas, promovendo atitudes apenas parciais e no mínimo curiosas, duvidosas, onde neste caso qualificaram claramente o perdedor e não o vencedor. Além é claro, de deturpar não só a credibilidade do torneio, mas deturpando o xadrez e suas regras elementares.
"Reclamante" (brancas) x Roger Minks (pretas)
Empate?
Da decisão (e do fundamento):
Em primeiro lugar venho por meio deste me apresentar, já que não me recordo do senhor Lucas, sou Augusto Pizzatto Soares, acadêmico de Educação Física e árbitro de xadrez da FGX desde junho de 2006 através de um curso ministrado pelo AI carlosCalleiros, e da CBX desde 2009 pelo curso do AI Mauro Amaral.
Agora aos fatos, desculpem-me por não ter enviado relato, porém não havia me sido solicitado e também não acreditei ser necessário... o caso foi que no torneio em questão estava tudo correndo normalmente quando, se não me engano na 2ª rodada, nas primeiras mesas, o jogador Roger Minks do CXIF-Sul, ergueu o braço solicitando meu parecer para a situação. Ao chegar na mesa me informou sobre a queda das setas. Então eu disse para eles que a partida estava empatada e o outro jogador, "Reclamante", me questionou sobre a posição das peças por estar com uma grande vantagem material e estratégica, porém, sem tempo hábil para realizar o xeque-mate. Novamente, expliquei para ele que como o tempo dos dois havia se esgotado e que quando eu cheguei a posição não configurava um xeque-mate a partida estava empatada. Aparentemente satisfeito ele se levantou e afastou-se enquanto eu me dirigia até o computador para passar o resultado e emparceirar a próxima rodada.
Acredito ser isso, como dito para alguns no torneio, e novamente aqui para vocês, fiquei surpreso com a atitude dele de se retirar do torneio, principalmente sem informar isto e sem prestar à devida satisfação em todo caso o refiz o emparceiramento retirando-o do mesmo, e prosseguimos o torneio sem mais problemas.
Acho interessante falar, que nunca havia testemunhado esse tipo de comportamento, nem no xadrez e nem em outros esportes que árbitro, em todo caso...
Espero que tenha ficado claro, qualquer coisa podem me contactar, novamente desculpem-me pela demora. Abraço e até a próxima.
PS.: os dispositivos aplicados para regular a situação foram os descritos na Lei 14.1 Apêndices, especificamente o "B", citado abaixo.
B5 O árbitro somente poderá intervir conforme o disposto no Artigo4 (Peças Tocadas) se solicitado por um ou ambos os jogadores.
O jogador perde o direito a uma reivindicação com base nos Artigos 7.2, 7.3 e 7.5 (Irregularidades e Lances Ilegais) uma vez tenha tocado uma peça, de acordo com o disposto no Artigo 4.3.
B6 A seta é considerada caída quando for feita uma reclamação válidaneste sentido por um dos jogadores. O árbitro deve abster-se de sinalizar uma queda de seta.
B7 Para reclamar uma vitória por tempo, o requerente deve parar ambosos relógios e chamar o árbitro. Para a reclamação ser bem sucedida, depois que os relógios estiverem sido parados, a seta do reclamante deve estar ‘em pé’, e a de seu oponente caída.
B8 Se ambas as setas estiverem caídas, a partida está empatada.
Do Parecer:
Começo pelo vício do jogador "Reclamante" (autor), ao sujeitar-se ao evento e ao arbítrio, quando a pesar de “em 6 ou 7 oportunidades de participar de campeonatos desde 1999”(palavras do autor), não aceitou o entendimento arbitral e/ou sujeitou-se ao julgo do mesmo.
Explico: o papel primeiro do árbitro é decidir de forma célere, amparado e fundamentado nas Leis da F.I.D.E., e mesmo quando não o faz a contento daquele que pede (sentimento relativamente comum em situações análogas), ainda assim é fundamental que o faça de forma competente, capaz e objetiva, (prefácio da Leis da F.I.D.E.). Existem recurso e caminho previsto a ser seguido quando de um erro arbitral, no entanto a decisão tomada e a continuidade do evento urgem com mais necessidade que uma única situação em evento enxadrístico.
Quando da análise do árbitro, cabe aos “órgãos de primazia do Xadrez Brasileiro”(nas palavras do autor), antes do evento. Restando após este, apenas não mais contratá-lo, ou talvez melhor orientá-lo, se entender razoável.
O abandono do jogador/autor, da competição, vicia e desmerece uma cognição aprofundada de seu pedido, principalmente pelo fato, de seu ato já ter punido e resolvido o problema em tela, restando, insisto, uma única questão: Por que, do alto de sua experiência, sujeitou-se inicialmente em participar de um evento com profissionais de “atitude tão pífia”(nas palavras do autor).
Entendo, e sugiro aos dirigentes desta região, seja respeitado o entendimento/comportamento do jogador "Reclamante", não mais aceitando sua inscrição em eventos enxadrísticos futuros.
Opino, seja mantido esse afastamento até que expressa, pública e proporcionalmente, como foi feito o seu pedido, venha este a retratar-se, e manifestamente mudar seu comportamento.
Ao prudente arbítrio de todos.
AN Lucas Ramos da Silva
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